Aquele cego ali na estrada também conhece estas palavras.
Estou sentado num degrau alto e tenho as mãos apertadas
Sobre o mais alto dos joelhos cruzados.
Bem: verdade, mentira, certeza, incerteza o que são?
O cego pára na estrada,
Desliguei as mãos de cima do joelho
Verdade mentira, certeza, incerteza são as mesmas?
Qualquer cousa mudou numa parte da realidade — os meus joelhos e as minhas mãos.
Qual é a ciência que tem conhecimento para isto?
O cego continua o seu caminho e eu não faço mais gestos.
Já não é a mesma hora, nem a mesma gente, nem nada igual.
Ser real é isto.
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Vejo que aprecias Alberto Caeiro, esse adorável guardador de rebanhos...
ResponderEliminarEu gosto de Pessoa, ele próprio, que nunca saberemos quem é!
Tem um dia lindo.
Beijinho
F. Pessoa podia ter-se ficado aqui: "Já não é a mesma hora, nem a mesma gente, nem nada igual. Ser real é isto."
ResponderEliminarGostei MUITO.
beijinhos amigos.
Extremo bom gosto!
ResponderEliminarAlberto Caeiro, Pessoa, qualquer um deles, SEMPRE!
Beijinho terno